Apenas 1,5% das empresas criaram metade dos empregos no Brasil

15/11/2012 13:46

 

O volume foi equivalente a 5,4 milhões de vagas entre 2007 e 2010

Ricardo Chicarelli/30-03-12
As empresas com alto crescimento orgânico do setor de construção criaram 551 mil vagas de 2007 a 2010
As empresas com alto crescimento orgânico que eram 32.863 no Brasil ou 1,5% do total foram responsáveis pela criação de metade dos empregos gerados de 2007 a 2010 o que foi equivalente a 5,4 milhões de vagas. Estas companhias são as que tiveram postos de trabalho aumentados por demanda. Um dado que chama a atenção é que mais de metade das empresas de alto crescimento orgânico em 2010 eram de pequeno porte, ou seja, até 49 empregados. 

As informações fazem parte do estudo ''Estatísticas de Empreendedorismo 2010'', resultado de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Empreender Endeavor Brasil. 

Para a pesquisa, o IBGE adotou como critério de empresa empreendedora aquelas que, nos últimos três anos, apresentaram crescimento médio de 20% ao ano no seu quadro de funcionários. 

Entre as atividades econômicas responsáveis pelas maiores criações de vagas nas empresas de alto crescimento orgânico estão indústrias de transformação (553,7 mil), construção (551 mil), comércio, reparação de veículos e motocicletas (420,6 mil) e transporte, armazenagem e correio (204,1 mil). 

O presidente da Confederação Nacional da Micro e Pequena Empresa, Ercílio Santinoni, disse que, enquantos as grandes empresas crescem com a compra de máquinas e equipamentos, as micro e pequenas crescem com mais utilização de mão de obra, o que gera cada vez mais empregos. 

Segundo ele, as micro e pequenas cresceram na esteira do aumento da renda e do consumo no Brasil. ''A classe C é uma grande compradora da micro e pequena empresa'', disse. Ele destacou a geração de empregos no Paraná nos setores de serviços e indústria. ''Isso é um negócio que não tem fim, cada vez mais as micro e pequenas vão gerar empregos e melhorar a qualidade dos produtos'', destacou. Hoje, as micro e pequenas representam cerca de 22% do Produto Interno Bruto (PIB). 

O economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Roberto Zurcher, explicou que os empregos na indústria apareceram em destaque na pesquisa porque o levantamento levou em conta o período de maior crescimento do setor que foi em 2010, quando o segmento industrial tinha superado a crise de 2008. ''A indústria teve alto desempenho em decorrência da forte demanda interna com o aumento do crédito para o consumo'', disse. 

Hoje, a indústria de transformação emprega 679 mil pessoas no Paraná. Segundo ele, as micro e pequenas empresas têm uma representação grande na geração de empregos porque 82% das indústrias são micro e 14,5% são de pequeno porte.Ele acredita que as micro e pequenas devem manter a presença forte no Estado até porque, o custo é alto para um empresário sair do regime do Simples para o sistema tributário normal. 

Fonte: Folha de Londrina