Brasil é 2º no mundo em pagamentos eletrônicos

18/04/2013 23:34

 

Estudo aponta crescimento no uso de transações sem dinheiro em espécie, que deve levar à redução de taxas bancárias

O Brasil foi o segundo país do mundo em volume de pagamentos eletrônicos, com 20 bilhões de transações sem dinheiro em espécie em 2010, atrás apenas dos Estados Unidos, conforme o "Relatório Mundial Sobre Meios de Pagamentos" divulgado em março. O crescimento da renda nos últimos anos, aliado a uma extensa rede bancária desenvolvida durante os tempos de hiperinflação, fez com que o mercado brasileiro se descolasse do grupo de nações em desenvolvimento e assumisse papel de destaque no setor. Para os clientes, a perspectiva é que a troca do uso físico de agentes financeiros pelo virtual diminua os custos do banco e leve a menores taxas e juros. 

Pagamentos eletrônicos são os feitos por meio de cartões, transferências de crédito, débito direto ou cheques. Quanto mais o correntista usa esse tipo de transação, menor é a necessidade de funcionários para atendimento, de filas e de estruturas físicas, o que reduz os gastos das instituições financeiras. A aposta é que a concorrência faça com que o cliente economize. "É inevitável que os bancos repassem os custos menores, porque precisam atrair e manter clientes", afirma o vice-presidente da Capgemini, Paulo Marcelo. 

A empresa representada por Marcelo produziu o estudo em parceria com o Royal Bank of Scotland e a EFMA, uma organização internacional sem fins lucrativos que reúne mais de 3,3 mil empresas de serviços financeiros em mais de 130 países. Nessa base de comparação, a pesquisa apontou que o Brasil não é, dentro do setor, apenas um integrante do Brics (sigla em inglês que indica as nações em desenvolvimento, que incluem ainda Rússia, Índia, China e África do Sul). Com crescimento de 8,9% em relação ao ano anterior, as 20 milhões de transações eletrônicas brasileiras chegam a quase o dobro das 13,1 bilhões de russos, indianos e chineses juntos. "O Brasil é a estrela no segmento", diz o vice-presidente da Capgemini. 

Ele conta que o boom da internet no fim dos anos 90 elevou a explosão dos meios de pagamentos eletrônicos, com a derrocada dos cheques e a ascensão dos cartões, principalmente o de débito. "Mesmo o Bolsa Família é pago por um cartão, mesmo que a pessoa não tenha conta em banco. Ela usa o sistema para fazer compras, sem precisar pegar o dinheiro na mão", diz Marcelo. Por isso, afirma que o débito ganha mais em volume de uso do que o crédito, que depende de aprovação e é usado mais para grandes compras. 

Depois dos cartões, os pagamentos por celulares, principalmente com a consolidação dos smartphones, são a próxima onda. Somente 2,1% de todos os usuários de tecnologias móveis fazem transações por esse meio e a previsão é que cheguem a 17 bilhões em 2013, com os eletrônicos em 31,4 bilhões. 

Marcelo conta que a atual geração viu os cheques entrarem em desuso e, por isso, pensar em fazer o pagamento com ajuda de um chip de identificação em um aparelho telefônico, pela tecnologia MSC (Central de Serviços Móveis, na sigla em inglês), parece distante. "Daqui a dez anos os jovens serão adultos e vão usar esses pagamentos eletrônicos como um meio normal." 

 

 

Fonte: Folha de Londrina