É preciso buscar e dar resposta e não desculpa

12/05/2012 09:15

 

Ao contrário do que alguns pensam, a administração é uma ciência social e não exata. Neste sentido, não existe uma fórmula para o êxito, mas sim ferramentas e técnicas que facilitam o alocamento de recursos, a fim de gerir ações estratégicas que corroboram para o alcance dos objetivos empresariais. Para tanto, faz necessário o fator humano para o sucesso da implantação dessas ações na organização.

O ideal é que todos os gestores de empresas fossem administradores, no entanto não é essa a realidade. O empreendedorismo, muitas vezes forçado, é enxergado como única saída para fonte de renda, lançando anualmente em vários mercados, uma enxurrada de empresas sem o menor preparo para sobreviver. O despreparo se dá em dois sentidos: do novo empreendedor que talvez não possua perfil, preparo, conhecimento e habilidades para a tarefa, além do tempo de planejamento para abertura dessa empresa, isto é, são vários os casos em que não houve se quer a elaboração de um plano de negócios.

Mediante aos cenários em que o despreparo é por vezes inerente, emerge a seguinte questão - Como enfrentar as intempéries provenientes da administração de uma empresa? Para que se possa responder a tal emblema, faz se necessário compreender que o conhecimento teórico de vários temas da administração de empresas, possibilita ter em mãos várias ferramentas, que aplicadas de forma correta, podem diagnosticar e colaborar para busca de respostas.

Quando há falta de conhecimento sobre o tema em questão, em geral os gestores tendem a considerar o seu instinto ou feeling para identificar a gênese do problema. Entretanto, o empirismo não é uma ferramenta que possibilita um alto grau de confiança nas respostas encontradas. Por exemplo, uma empresa do setor de terceirização de mão de obra, em que geralmente a remuneração de seus colaboradores encontra-se abaixo da média do mercado, e apresenta alto índice de turnover, o gestor pode erroneamente relacionar a saída de seus colaboradores com a baixa remuneração, entretanto a causa pode ser o clima organizacional, a baixa identificação com a tarefa, ausência de uma boa liderança, ou ainda, o alto grau de burocracia ou mecanização da empresa.

Muitos gestores frente a um emblema dão desculpas e não respostas. Outro impedimento que veta a precisão de uma resposta são os modelos mentais e paradigmas. Quando se trabalha apenas com o instinto e não se utiliza que meios científicos para nortear a busca pela resposta, em geral encontra-se algo que possa ser próximo da realidade, que dão uma pseudossensação de verdade, mas que nada mais é que um engodo.

É necessário superar os modelos mentais que prendem e engessam a administração. Uma resposta proveniente do instinto não pode superar a dados estatísticos e ferramentas validadas em diversos estudos. O problema deve ser enfrentado de modo que se busque afundo as respostas. Talvez não seja com a utilização da primeira ferramenta e nem do primeiro dia de análise que se encontrará a resposta. Aliás, esse é outro grande problema de vários gestores, não aplicarem energia e tempo necessário para a solução do problema. A desculpa parece que se adéqua melhor na zona de conformidade, que alimenta o status quo da organização.

Muitos gestores quando precisam decidir sobre alguma mudança paralisam-se em modelos mentais, que por vezes não se sustentam, ou seja, o que fundamenta a negação pela mudança são paradigmas que tomam como base experiências mal sucedidas por antigos superiores. No entanto, é preciso superar e avançar contra o “achismo”. Enquanto gestores derem desculpas e não respostas, o amadorismo ainda será inerente a muitas empresas.

Autor: Ricardo da Silva Garcia