Em 12 anos, incubadora da UEL gera 24 empresas

22/07/2013 22:50

Segundo a Intuel, 70% dos empreendimentos gerados estão firmes no mercado

Fotos: Marcos Zanutto
Ricardo Dantas, sócio da Eidee, lembra que em três anos a empresa já movimentou cerca de R$ 1 milhão
Jonathan Moser, Gian Carlo Decarli, Julio Braz Damasceno e Marcelo Zanelatto, da Arkivus: incubadora foi essencial para o negócio
Em seus 12 anos de existência, a Incubadora Internacional de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina (Intuel) analisou 114 projetos, sendo que 24 deles (21%), tornaram-se empresas graduadas, ou seja, independentes, e 16 estão no mercado até hoje. Outras 15 empresas funcionam atualmente dentro do campus da UEL e algumas delas estão prestes a alçarem voos próprios. 

É o caso da Arkivus, criada em 2009. Graduado em ciências da computação, Marcelo Zanelatto, 31 anos, é um dos três sócios da empresa, que oferece serviços de gerenciamento de documentos. "Não teríamos condições de fazer o que fizemos sem a incubadora", diz ele, que prepara a mudança para sede própria em outubro. No novo local, a Arkivus pretende criar mais dois postos de trabalho. Hoje já emprega cinco pessoas. 

Com uma lista de 45 clientes, Zanelatto não revela faturamento, mas ressalta que a empresa cresceu 114% de 2011 para 2012. Na Intuel, só são incubados projetos considerados inovadores e de base tecnológica. "Nossos softwares são inovadores ao proporem soluções específicas", afirma. Um deles, segundo o empresário, é o módulo de controle de nota fiscal eletrônica. "Ele pega o arquivo com a nota fiscal enviada pelo fornecedor por e-mail, valida este documento no site da Receita Federal, e o armazena na pasta certa", conta. Outro programa tido como inovador desenvolvido pela Arkivus é o que permite a leitura de gabaritos de provas escolares. 

Segundo Zanelatto, a incubadora foi essencial para o negócio porque, além de dar o suporte necessário para os novos empresários (todos ex-empregados), ofereceu visibilidade, uma rede importante de relacionamentos, assessoria em propriedade intelectual, bem como cursos em gestão. 

Outra empresa incubada na Intuel que vem obtendo sucesso é a Eidee. Mas esta pretende permanecer ainda dois anos dentro da unidade. Logo que foi criada, ela conseguiu um cliente importante, a OnixSat – empresa londrinense que oferece soluções em rastreamento de veículos. "Desenvolvemos o Start Finger (equipamento que faz leitura de impressão digital), que ganhou um prêmio de design", conta o sócio Ricardo Dantas, 36 anos. 

Formado em desenho industrial, ele montou a empresa com o irmão, após a multinacional para a qual trabalhava fechar o escritório de Londrina em 2008. "Saí com um bom acerto e comecei a pensar num negócio com meu irmão. Procuramos a incubadora e inscrevemos nosso projeto de desenvolvimento de produtos e equipamentos de eficiência energética", explica. 

Em três anos, de acordo com Dantas, a Eidee já movimentou cerca de R$ 1 milhão, graças a clientes do porte da OnixSat para a qual ela também desenvolveu um painel de controle de rastreador. Esse projeto foi realizado em parceria com outra empresa incubada na UEL, a HS. Recentemente, a HS teve de sair do campus por exigência da Vigilância Sanitária, mas continua vinculada à Intuel. 

Com a mesma parceria, a Eidee criou uma linha de equipamentos para fisioterapia, chamada Podo Tech – entre os produtos, uma máquina que analisa a pisada dos pacientes. "Estamos muito satisfeitos com a empresa. Ainda temos de avançar bastante. Precisamos desenvolver um produto com mais apelo no mercado", afirma Dantas. 

O protótipo desse novo produto deve ficar pronto até o final do ano. Junto com uma fábrica de Maringá, a Eidee vai produzir um refrigerador específico para latas de cerveja, o Cube Beer, já patenteado. "Não fosse a incubadora, não teríamos sobrevivido ao primeiro ano", atesta. 

Fonte: Folha de Londrina