Empresas de alto crescimento concentram geração de emprego

19/11/2013 16:17

Em 2011, elas correspondiam a apenas 0,8% do total de estabelecimentos, mas eram responsáveis por 15,4% da massa de assalariados
A geração de postos de trabalho no Brasil ainda está concentrada em um pequeno número de empreendimentos, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2011, as empresas consideradas de alto crescimento (EAC) correspondiam a apenas 0,8% do total das companhias ativas no Brasil, mas eram responsáveis por 15,4% da massa de assalariados e 14,4% dos salários pagos aos trabalhadores brasileiros, apontou o estudo Estatísticas de Empreendedorismo 2011, feito em parceria com o Instituto Endeavor. 

São consideradas empresas de alto crescimento aquelas que têm 10 funcionários ou mais no ano de observação e cujo número de empregos cresceu 20% ao ano em um período mínimo de três anos. 

No entanto, a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) afetou a capacidade de empreender do empresário brasileiro, e a geração de emprego perdeu fôlego. A taxa de crescimento do pessoal ocupado assalariado nas empresas empreendedoras passou de 37,0% em 2010 para 29,1% em 2011. No mesmo período, o PIB brasileiro saiu de um crescimento de 11,5% para 2,7%. 

"A gente tem uma desaceleração quase geral nos indicadores dessa pesquisa de 2010 para 2011, mas isso reflete o período", explicou Cristiano Santos, responsável pela pesquisa. "Num momento que tem desaceleração no crescimento do PIB, há um ambiente um pouco menos propício, uma condição econômica um pouco menos propícia, fica mais difícil de as empresas empregarem no mesmo volume, que é muito alto". 

No período, as empresas de alto crescimento reduziram ainda sua participação no número de empresas com empregados assalariados no País, na proporção de pessoal ocupado e no montante de salários pagos. Em 2011, o Brasil possuía 34.528 empresas de alto crescimento (EAC), com cinco milhões de empregados assalariados, que receberam R$ 95,4 bilhões em salários e outras remunerações. Embora tenha havido um aumento de 3,6% no número dessas empresas em relação ao ano anterior, elas representavam apenas 1,5% das companhias com pelo menos um assalariado em 2011, contra uma fatia de 1,6% registrada em 2010. 

Houve aumento de 0,8% no número de funcionários, mas, a proporção no total de assalariados do País caiu de 16,2% em 2010 para 15,4% em 2011. Já a massa de salários pagos cresceu 8,1% em relação a 2010, porém, a participação no pagamento total de remunerações caiu de 15,6% naquele ano para 14,4% em 2011. 

O estudo separa as empresas classificadas como de alto crescimento orgânico, as que registraram um aumento efetivo de pessoal ocupado por meio de contratações e não por fusões ou incorporações de outras companhias. 

As companhias de alto crescimento orgânico representaram apenas 1,5% das empresas com pelo menos um assalariado no País, mas foram responsáveis pela criação de quase metade, 48,5%, dos postos de trabalho em 2011. 

Setores 

Quanto à distribuição das EAC em 2011, as três principais seções foram: Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (26,8%), indústrias de transformação (23,2%) e construção (13%). As três foram também as principais seções em número de empresas, em 2010 e 2009. Destas, comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas ganhou participação (0,2 ponto porcentual) de 2010 para 2011. Já o setor de indústrias de transformação recuou 1,3 ponto porcentual em relação a 2010 e 1,8 ponto porcentual em relação a 2009. 

Cerca de 8,4% dos assalariados das empresas de alto crescimento orgânico tinham ensino superior completo, percentual inferior ao das demais (11%)

 

Fonte: Folha de Londrina