Mais de 1 bilhão de dólares por mês para o Facebook
Essa foi a valorização média do Facebook ao longo dos últimos oito anos. Com o IPO, esse pode ser só o começo
Provavelmente é dessa maneira que boa parte das pessoas ainda se lembra do jovem que criou a comunidade virtual mais poderosa do mundo quase por acaso, no início de 2004, num alojamento da Universidade Harvard. No começo, ninguém sabia muito bem — nem ele mesmo — como ganhar dinheiro com aquilo.
A despeito disso, Zuckerberg é hoje bem mais que um empreendedor acidental. Aos 27 anos, ele já é o mais jovem e o mais rico empresário da internet. Mais de 800 milhões de pessoas estão conectadas ao Facebook — se fosse um país, seria o terceiro mais populoso, depois da Índia e da China.
À frente dessa nação que não para de crescer, Zuckerberg se prepara para o maior IPO de uma empresa de internet na história, previsto para maio. Nas estimativas mais otimistas, o valor de mercado do Facebook poderá chegar a 100 bilhões de dólares.
Se isso acontecer, Zuckerberg ascenderá ao patamar dos dez empresários mais ricos do mundo, com uma fortuna de 28 bilhões de dólares. Tudo isso pode ajudar a entender por que o garoto mal-humorado retratado no filme agora pareça tão sorridente nas fotos.
É fato que, com a estreia na bolsa, ele não vai rir sozinho. A lista de quem deve levar uma bolada é longa. Um deles é Bono Vox, vocalista da banda irlandesa U2. Em 2009, Bono comprou uma participação que poderá valer até 1,5 bilhão de dólares. Outro é o dentista Edward Zuckerberg, pai de Mark, um dos primeiros a emprestar dinheiro (embora não se saiba quanto) à empresa do filho.
Zuckerberg pai tem uma fatia de cerca de 100 milhões de dólares — algo relativamente modesto nesse contexto. Nesse grupo diverso, está também o artista plástico David Choe, que em 2005 aceitou um lote de ações no valor de 60 000 dólares como pagamento pela pintura da primeira sede da empresa — hoje estimado em 200 milhões de dólares.
Antes de alcançar o pote de ouro, porém, todos terão de esperar alguns meses. Zuckerberg e seus executivos ainda terão de esclarecer eventuais dúvidas de representantes da SEC, órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, e cortejar investidores. Em 2004, às vésperas do IPO, os executivos do Google patrocinaram um jantar para 800 convidados no hotel de luxo Waldorf Astoria, em Nova York.
Ainda não se sabe como Zuckerberg pretende fazer amigos no mercado de capitais — mas espera-se algo tão ou mais grandioso. “A estreia será disputadíssima”, diz Brad Silverberg, sócio da empresa de capital de risco Ignition.
Fonte: Portal Exame