Novo formato de loja abre espaço para microempresários em Londrina

31/08/2013 19:47
Roberto Custódio / Jornal de Londrina / A designer de moda Thaís Blanco trouxe o conceito de loja colaborativa de São Paulo  A designer de moda Thaís Blanco trouxe o conceito de loja colaborativa de São Paulo

Loja colaborativa oferece espaço físico para quem não tem capital para investir num ponto de venda próprio. Donos de marcas independentes, artesãos e estilistas pagam uma mensalidade e a venda dos produtos fica por conta da loja

 

 

 

Há um mês, a designer de moda Thaís Blanco e o empresário Bruno Marconato abriram as portas do negócio que oferece um espaço físico a quem não tem capital para investir num ponto de venda próprio. Pelo menos 20 expositores já têm seus produtos – que vão de roupas e acessórios a objetos de decoração e cosméticos – nas prateleiras da Cambada, a loja colaborativa de Londrina.

Foi de São Paulo que os sócios trouxeram a ideia, que já está disseminada em algumas capitais. Na Cambada, cada expositor paga uma mensalidade, que gira em torno de R$ 200, dependendo do tamanho do nicho. Ali, ele dispõe seus produtos e as vendas ficam por conta da loja, que depois repassa o resultado para o expositor. “No pacote, o expositor paga para fazermos o atendimento, as vendas e a divulgação”, explica Thaís.

Roberto Custódio / Jornal de Londrina

Roberto Custódio / Jornal de Londrina / Loja abre espaço para a venda de  marcas independentes e artesanatosAmpliar imagem

Loja abre espaço para a venda de marcas independentes e artesanatos

“Londrina tem uma demanda grande de novos estilistas e artesãos que não tinham ponto fixo para atuar na cidade. Muita gente que se forma aqui e não tem muito para investir, acaba indo para fora por falta de espaço”, explica Thaís. Do primeiro mês de funcionamento, ela faz um balanço positivo. Apesar de ainda pouco conhecida, a proposta tem sido aprovada por quem passa por lá.

A estudante de jornalismo Helene Ayoub produz filtros dos sonhos – objeto místico de origem indígena. Até pouco tempo atrás, as vendas eram feitas pela internet, através de redes sociais. Com o surgimento da Cambada, ela encontrou um ponto físico onde mais pessoas passaram a ter contato com seu artesanato. “Eu não dependo dessas vendas, então a loja tem servido mais como divulgação”, explicou. O fato de não exigir grandes investimentos ou tempo disponível para atendimento e vendas são, para ela, as grandes vantagens do negócio.

Segundo o consultor do Sebrae Londrina, Rubens Negrão, o conceito de lojas colaborativas está se expandindo em parte por conta do encarecimento nos preços de locação imobiliária. “Em virtude do boom imobiliário, ficou mais caro alugar um espaço comercial. As lojas colaborativas são uma alternativa para o microempresário ter seus produtos em uma loja física”, avalia.

Negrão reconhece as vantagens apontadas por Thaís e Helene, mas destaca também algumas desvantagens do negócio. “Se a pessoa que fica responsável pelas vendas não conhecer bem todos os produtos, a venda pode não se concretizar”, exemplifica. Além disso, o expositor depende do comprometimento do dono na loja em vender seus produtos.

O consultor também sugere alguns cuidados para quem decide investir nessa novidade. “Não se deve misturar segmentos muito diferentes nessa variedade de produtos para não prejudicar a comunicação com o cliente. O portfólio de produtos da loja precisa estar alinhado com o público alvo”, sugere.

   Fonte: Jornal de Londrina