Novos shoppings acirram concorrência entre lojistas

06/07/2013 15:14

Nos estabelecimentos mais antigos, comerciantes contam que vendas caíram até 40%; momento econômico também influencia setor

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Segundo a Alshop, os associados apontam queda de 30% na comercialização do setor em junho
O aumento da concorrência, a inflação e o desaquecimento da economia brasileira preocupam comerciantes de shoppings de Londrina, que relatam quedas nas vendas de até 40% nos últimos meses. As queixas são mais comuns nos shoppings mais antigos, no Catuaí, e, depois, no Royal Plaza. Na última quinta-feira, a reportagem percorreu os quatro maiores shoppings da cidade. 

No Londrina Norte, aberto em outubro do ano passado, os lojistas estão mais otimistas. E, no Boulevard, inaugurado em maio deste ano, o movimento ainda é fraco e as expectativas se concentram na abertura do hipermercado WalMart, na semana que vem. 

"As vendas caíram no geral. Estamos sentindo isso nos últimos oito meses", afirma a gerente da loja de roupas femininas Manu, Mariane Vasconcelos, do Catuaí. Para ela, o motivo é a situação econômica do País. "Eu não senti muita diferença no fluxo de clientes com a abertura do novo shopping (Boulevard). Quando abriu o Londrina Norte, no ano passado, senti mais", declara. 

No mesmo shopping, Marinalva Kague, gerente da Queen Shoes, relata uma redução de 30% nas vendas desde abril. Ela também não vê relação deste fato com o aumento da concorrência. O motivo seria o desaquecimento econômico, mas ela não gosta de falar em crise. "Tenho certeza que as coisas vão melhorar", declara. 

Para Miriam Sanches, da Nick Presentes, também no Catuaí, as vendas tiveram uma queda na mesma proporção, de até 30%. E, segundo ela, isso se deve ao novo shopping. A lojista não se deixa abater. "Acho que é a fase da novidade e que os clientes vão voltar", ressalta. 

No Royal Plaza, a gerente da Ant Vírus, Adriana Ribeiro, diz que o movimento na loja caiu "mais ou menos 40%" em função do novo shopping. "Aconteceu o mesmo quando abriu o da zona norte", declara. A gerente do Restaurante Dá Licença, Adriana Mano, no mesmo shopping, diz que o movimento "está fraco em geral" e que o problema é que os consumidores estão gastando menos por causa do momento econômico. 

Otimismo
No Londrina Norte, os ânimos estão melhores. "O movimento aqui na nossa loja, que abrimos no final do ano passado, está crescendo a cada mês. Estamos atendendo gente de todos os cantos da cidade e muitos clientes também das cidades vizinhas", diz Juliana Oliveira, gerente da Victoranna Calçados. 

Visão parecida tem a gerente da Carmel, Simone Kátia Santos, também no Londrina Norte. "Para mim, o movimento está melhorando. Acho que o outro shopping é diferente. Pelo menos no meu ramo (roupa feminina), lá não tem loja de tendência como a minha", declara. 

Outro que diz não ter sentido redução nos negócios é o gerente da Chili Beans do Royal Plaza, Guilherme Pedrosa. "As vendas estão praticamente estáveis desde o ano passado", declara. No mesmo shopping, Priscila de Oliveira, da Killer, atesta que o movimento está "bom e estável" também desde 2012. "Para mim não mudou nada", ressalta. 

Com lojas no Boulevard e no Londrina Norte, Reinaldo Schlommer, franqueado da Cacau Show, considera que um shopping não atrapalha o outro. Os públicos, segundo ele, são diferentes. No Boulevard, o tíquete médio de compras seria um pouco superior ao da zona norte. Ele também acredita que, conforme vão se espalhando pela cidade, os shoppings atraem novos consumidores. "Tem gente que não tem hábito de comprar em shopping, mas quando abre um perto de casa começa a frequentar", explica. 

Segundo ele, o fluxo de pessoas no Londrina Norte é o mesmo desde a inauguração. "Não diminuiu com a abertura do Boulevard", salienta. Mas, de acordo com o empresário, ainda é preciso melhorar bem. "Falta divulgação e além disso ainda têm 30% das lojas fechadas", reclama. 

Gerente da Primícia do Londrina Norte, Daniele Bortoto Dourado faz reclamação idêntica à de Schlommer. "É preciso divulgar melhor o shopping. Essas lojas fechadas atrapalham muito", afirma.

 

Fonte: Folha de Londrina