Segundo especialista: É preciso indústria em Londrina

12/12/2011 20:33

Na visão do professor de macroeconomia Antonio Eduardo Nogueira, Londrina ainda tem uma renda muito baixa. “Estamos na média do Brasil, que é uma média puxada para baixo pelas regiões mais pobres como Norte e Nordeste. Estamos ruins”, lamenta. Para ele, mais do que vocação do município, a concentração do PIB em comércio e serviços é fruto de uma política econômica adotada pelas lideranças e pelos governos municipais que não privilegia a atração de indústrias e grandes empresas. “A renda é concentrada da mesma maneira que no resto do País. O município precisa ser mais ativo. O governo municipal deveria implementar uma política mais agressiva de desenvolvimento tecnológico e atrair grandes indústrias. Parece que tem aquele lobby de que vai poluir. Tudo bem, tem que se cuidar disso, mas são as grandes empresas que geram bons salários”, pondera o professor.

De acordo com ele, a situação é ainda mais preocupante, uma vez que a agricultura depende quase que exclusivamente da soja, um produto que dentro de 5 ou 10 anos terá grandes concorrentes exportadores do mercado mundial. “No passado, o café era forte e Londrina se beneficiou desse processo. Hoje, a soja ainda alavanca o agronegócio da região, porque tem tido uma valorização boa, um preço bom, e ainda sustenta Londrina, Paraná e Brasil de modo geral.”

O economista explica que a cidade está se tornando um grande centro universitário, de assistência médica, comércio e serviço, shoppings e lojas. “Estamos nos especializando nessas áreas, de modo que a indústria cresce pouco. O forte é comércio e serviço. De R$ 8 bi de PIB, R$ 5 bi é comércio e serviço, praticamente 70%”, calcula.

Na avaliação de Nogueira, comércio e serviço geram boa renda apenas para o empreendedor. “Essas atividades não geram empregos com salários elevados, esse é o lado preocupante e negativo para Londrina. A vantagem do comércio é ser uma indústria branca, de menor poluição. Mas, em termo de agregação de valor e de pagamento de bons salários.

Fonte: Jornal de Londrina