Sul precisa de R$ 15 bi para resolver gargalos logísticos

29/08/2012 16:23

 

Projeto Sul Competitivo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), elencou 51 obras prioritárias para os três estados da Região

Humberto Pradera/Divulgação
O presidente da CNI, Robson Braga, o da Fiergs, Heitor Muller, e o da Fiep, Edson Campagnolo durante apresentação do projeto que pode ajudar a região Sul
Setenta bilhões de reais. Este é o valor necessário para resolver 177 gargalos logísticos no Paraná, Santa Catarina, e Rio Grande do Sul, segundo o projeto Sul Competitivo lançado ontem na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Entre as obras propostas, 51 são prioritárias e custariam cerca de R$ 15 bilhões. 

O estudo foi encomendado à empresa de consultoria Macrologística pela CNI e pelas federações das indústrias dos três estados: Fiep, Fiesc, e Fiergs. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o presidente da recém-criada Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, acompanharam a apresentação do projeto. 

''Enquanto nos Estados Unidos, a logística representa 8% do preço de um produto, no Brasil, a porcentagem é de 18%'', reclamou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Segundo ele, a infraestrutura precária no País eleva em 24% o custo do frete. 

O diretor da Macrologística, Olivier Girard, explicou que o estudo identificou 18 cadeias produtivas na região que representam 85% de tudo o que é produzido nos três Estados. E as propostas de solução estão relacionadas com elas. 

Segundo ele, o custo de movimentação de carga em 2010 nos três Estados foi de R$ 30 bilhões, o que representa 5,7% do PIB. ''A razão de qualquer investimento que se faça deve ser para reduzir esse custo'', afirmou. O consultor deu o exemplo das obras propostas para a BR-101: ''O investimento será de R$ 800 milhões e a economia estimada é de R$ 1 bilhão'', compara. 

Girard garantiu que os R$ 15 bilhões necessários para os projetos prioritários trazem retorno em menos de cinco anos. Segundo ele, o próximo passo é fazer uma força tarefa, unindo os setores privado e o público, para viabilizar os investimentos. 

O presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, disse que o projeto é ''fundamental'' e se comprometeu a levá-lo para ser discutido no governo. Mas praticamente descartou incluir alguma contribuição já no programa que está sendo elaborado. ''Nosso cronograma é apertado. Temos de começar a licitar no começo do ano que vem. Não podemos correr o risco de querer fazer muito e não fazer nada'', afirmou. 

Apesar de ''muito bem fundamentado'', o Sul Competitivo pode sofrer alguns ajustes, segundo o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. ''Vamos nos debruçar agora sobre esses dados. Conversei com o secretário Pepe (José Richa Filho, secretário da infraestrutura paranaense) e nós vamos fazer uma discussão ampla no Paraná sobre o projeto para que possamos fazer um ajuste de foco'', ressaltou. 

O projeto Sul Competitivo é o segundo realizado pela CNI. No ano passado, foi entregue o Norte Competitivo. O secretário José Richa Filho representou o governador Beto Richa na solenidade. O Rio Grande do Sul foi representado pelo titular da mesma pasta, Beto Albuquerque. Já Santa Catarina teve o próprio governador Raimundo Colombo como representante.

Fonte: Folha de Londrina